Apesar de ser uma doença conhecida há milênios, a tuberculose ainda é um sério problema de saúde pública. De acordo com dados do Ministério da Saúde, anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos de tuberculose em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. No Brasil, a cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença.
Em Fortaleza, por exemplo, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, em 2014, para cada 100 mil habitantes, 58 foram diagnosticados com tuberculose, superando a incidência no Ceará (38) e até no Brasil (33).
Com o objetivo de sensibilizar os profissionais para a identificação de tossidores crônicos, estimular os que tossem a informar a seus médicos sobre esse sintoma e reduzir as fontes de transmissão de tuberculose, o Complexo Hospitalar da UFC – formado pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e pela Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), no dia 23 de março, vai realizar campanha de sensibilização com seus trabalhadores de saúde. A campanha foi antecipada em um dia em função do feriado da Semana Santa.
Quedas na incidência e na mortalidade - Mas sinais claros de queda nos indicadores mostram que nem tudo está perdido quando o assunto é tuberculose. Nos últimos 17 anos, a doença apresentou queda de 38,7% na taxa de incidência e 33,6% na de mortalidade, revela levantamento do Ministério da Saúde. Esses números chamam a atenção porque a tuberculose é uma doença conhecida desde a mais remota antiguidade. Múmias foram encontradas com tuberculose, por exemplo. Entretanto, desde meados do século passado, a doença tem cura e seu tratamento está disponível gratuitamente nos postos de saúde.
Doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, a tuberculose também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A transmissão acontece pela tosse, pelo espirro e até pela fala das pessoas com a doença no pulmão ou na garganta. A pessoa sadia respira o ar contaminado com o bacilo, que sobrevive no ambiente por várias horas. Assim, as pessoas que ficam mais tempo em ambientes fechados com um doente são as que têm mais chance de adquirir a infecção.
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples, que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria das pessoas infectadas, os sinais e os sintomas mais frequentemente descritos são, conforme o Ministério da Saúde: tosse seca contínua no início dos sintomas, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.
Depois de iniciado o tratamento, em 15 a 30 dias, a maioria dos pacientes deixa de transmitir a doença. Sendo assim, quanto mais cedo é feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menos transmissão acontecerá. O exame para o diagnóstico de tuberculose pulmonar é feito em duas amostras de escarro. Para prevenir a doença, é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de vida, ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. Utensílios domésticos, como copos e talheres, usados por pacientes com tuberculose podem ser lavados normalmente e usados em casa sem necessidade de segregação. O microrganismo não se mantém nesses materiais depois de lavados.
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